Como sou pouco e sei pouco, faço o pouco que me cabe me dando inteiro.
Thiago de Mello, do livro “Poesia comprometida com a minha e a tua vida”.
Olá, seja bem-vindo(a) ao Fanzine À margem! Criei este espaço para que você conheça um pouco da história deste zine. Mas, antes de qualquer apresentação, é importante perguntar: o que é um fanzine? Segundo Magalhães (1993, p. 7) , “O termo fanzine é um neologismo formado pela contração dos termos ingleses fanatic e magazine, que viria a significar ‘magazine [revista] do fã”. Os zines assumem características singulares pela escolha dos conteúdos e das técnicas utilizadas pelo editor. Como o nome sugere, eles buscam compartilhar determinados temas que são de relevância para o editor, não se limitando, portanto, a uma única temática. Quem é fã de algo ou alguém pode se aventurar e criar seu próprio zine. Os fanzines são importantes fontes de publicação alternativos. No Brasil, esse tipo de fonte de publicação foi muito utilizado no período da ditadura militar (1964-1985). Muitos artistas e movimentos sociais se utilizaram dos fanzines para compartilhar saberes sem passar pelo crivo da Comissão da Censura imposta pelos militares.
Meu primeiro contato com fanzines foi em 2002, com a Rosi Mari Gerhardt Flores (idealizadora e editora do zine As Bruxas). Àquela época, fazíamos o curso de letras na Faculdade Porto-Alegrense (FAPA). Quando compomos a gestão do Diretório Acadêmico do nosso curso, juntamente com Milene Índia Tupi, Michèle Rohde, Natália Lucas, Jeferson Tenório, Eduardo Assunção, Carlos Carreiro, Eduardo Francisco, Claudia Borba e Cesar Pinto, Rosi teve a ideia de fazer um jornal do curso. Obviamente, o jornal foi editado como um zine. Escolhemos o nome do jornal em um sábado à tarde na Casa de Cultura Mario Quintana: Vomitão, que ganhou por unanimidade :). Lembro-me que na volta da faculdade, no ônibus Manoel Elias, aproveitávamos o momento para fazer a página central: “Vomite seu Coração”. Tornou-se um espaço colaborativo, com manifestações nossas e dos trabalhadores que estavam no ônibus conosco, incluindo o motorista (motora) e o cobrador.
Desde então, utilizei os fanzines nas atividades de incentivo à leitura e à escrita nas Bibliotecas Comunitárias onde atuei, principalmente na Biblioteca Comunitária Leverdógil de Freitas/IPDAE, na Lomba do Pinheiro (Porto Alegre), no período de 2003-2010.
O Fanzine À margem foi criado em 2011, com o objetivo de contribuir para a formação de leitores e a divulgação da produção – literária e artística – de poetas e artistas.
Até o momento, foram criados 5 números do Fanzine À margem. Para confeccioná-los, utilizo, basicamente, colagens de materiais gráficos descartados, texturas diversas (tecidos e rendas) e toques de aquarela. As contribuições de cada autor(a) colaborador(a) são impressos, recortados e colados. Processo final: impressão da cópia original e dobra. Para o presente site, os fanzines foram digitalizados.
Neste ano (2021), o Fanzine À margem completa 10 anos. Por isso, deixamos (eu e os autores-colaboradores) este presente para você: os números do fanzine estão disponíveis para leitura na aba Edições. Escolha o número que desejar ler e divirta-se. Poesia sempre é bom! Poesia salva! Ah, não se esqueça, todos os produtos vinculados ao Fanzine À margem poderão ser reproduzidos e utilizados em atividades educativas e culturais sem fins lucrativos, desde que seja citada a fonte*. É proibida a sua venda. Todos os direitos são reservados aos autores-colaboradores (poetas e artistas).
São muitos os poetas, escritores e artistas que fazem parte do Fanzine À margem. Na aba Colaboradores, é possível conhecer um pouco de cada um deles. Estão listados em ordem alfabética. No decorrer das páginas dos fanzinezines, há alguns fragmentos de textos e poemas de autores consagrados como Thiago de Mello, Mario Quintana, Fernando Pessoa, Oliveira Silveira e Paulo Freire. Foi uma forma que encontrei para referenciar esses grandes mestres e indicar algumas leituras.
No lançamento de cada número do Fanzine À margem, são organizados saraus com o intuito de interagir com o público. Trata-se de um momento no qual os colaboradores do zine e a comunidade se reúnem para recitar poesia, ler fragmentos literários, cantar uma canção e tocar algum instrumento. Na aba Lançamentos, temos alguns registros dos encontros realizados.
O Fanzine À margem também participa de diversas atividades culturais na cidade. Na aba Atuação na sociedade, há alguns registros de exposições e oficinas realizadas.
Em 2019, a marca Fanzine À margem foi registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) sob o n.º 914917978. O processo de registro foi coordenado e executado pelo advogado Luiz Ourique Borges (especialista em registro de marcas).
Desejo-lhe uma boa leitura! Espero que você goste e aproveite este espaço de afeto e resistência.
============ Ediane Gheno (Piqui)
============Idealizadora e Editora do Fanzine À margem
* Como citar (Modelo Ilustrativo, com base em um dos poemas publicados no Fanzine À margem, número 5):
LOURENÇO, Odilon Machado de Lourenço. BR 101. Fanzine À margem, n. 5, out. 2017. Disponível em: http://fanzineamargem.com.br/3d-flip-book/fanzine-a-margem-nro-5-ano-2017/
Visão, Missão e Valores
Visão
- Ser uma fonte de informação alternativa de referência na formação de leitores e na divulgação de obras de poetas e artistas.
Missão
- Contribuir para formação de leitores;
- Contribuir para a difusão do trabalho poético e artístico.
Valores
- Acesso à leitura e à informação como um direito social.
Agradecimentos
- Em memória de Rosi Mari Gerhardt Flores, mestra inspiradora da arte de criar zines e da luta pela igualdade de direitos.
- Ao advogado Luiz Ourique Borges, por registrar a marca do Fanzine À margem.
- Ao Carlos Carreiro, por desenvolver este lindo site para nós. Vida longa à Gestão de Sonhos (https://gestaodesonhos.com.br/).
- Ao Eugênio Neves e ao Rodrigo Apolinário pela arte [marca] do zine.
- A todos(as) os(as) colaboradores(as) deste projeto.
- À banda Poética Planetária Subtropicalista e à banda Ici ça vá por alegrar os saraus de lançamento do zine.
- Aos amigues que sempre me incentivam (faltaria espaço para citar todes).
- Ao seu Roberto, do Multy Copy, que sempre deu um desconto nas cópias (impressão) dos zines.
- Aos espaços culturais que abrigaram os saraus de lançamento do zine (por ordem de lançamento): O’ Porto Pizza, Comitê Latino-Americano, Memorial do Rio Grande do Sul, Petit Dalí e Clube de Cultura.
- À Priscila Moreira, pela oportunidade do Fanzine À margem compor o acervo da Fanzinoteca Expo
REFERÊNCIAS
MAGALHÃES, Henrique. O que é fanzine. São Paulo: Brasiliense, 1993. Disponível em: https://dodopublicacoes.files.wordpress.com/2009/03/oqueefanzine.pdf